Mario Cucinella Architects anunciou o projeto para a nova Piazza dei Navigatori em Roma, na Itália. Planejada como um empreendimento de uso misto, majoritariamente para espaços residenciais, com um componente de varejo e escritório, estacionamento e "salas de plantas". Está localizado em uma área rica em elementos naturais, aspecto que inspirou o projeto.
A arquitetura se inspira nas características naturais ao redor do local urbanizado para criar um conceito de construção residencial intimamente entrelaçado com elas. Os visitantes entram e são cercados por pinheiros-bravos, uma árvore de enorme importância na paisagem de Roma. A proposta combina a paisagem e a retrabalha no projeto arquitetônico, rompendo com a natureza monolítica das estruturas próximas.
A estrutura de 12 andares se assemelha a uma floresta habitada, com troncos de árvores e galhos de alturas variadas que trabalham juntos para dividir o volume arquitetônico. Em vez de criar uma coleção de torres independentes que enfraqueceriam a unidade do projeto, o plano arquitetônico organiza o complexo como uma estrutura solitária. Essa abordagem visa otimizar a quantidade de luz solar do sul, com vistas para o centro de Roma ao norte. O bloco único foi posteriormente dividido em seções menores, garantindo que numerosos quartos fossem situados em cantos com vistas para o leste e oeste. O resultado é uma massa multifacetada que diminui gradualmente de tamanho à medida que sobe, envolta por uma série de varandas curvas que se estendem progressivamente para fora.
A área comercial do térreo influencia o posicionamento das entradas e a disposição do bloco residencial. O hall de entrada principal no lado sul é impressionante. Com pé-direito duplo, ele dá diretamente na praça. Esta entrada serve tanto para os moradores quanto para os trabalhadores dos escritórios, que passam pelo espaço ao subir para o primeiro andar. Um hall comum compartilhado contém um átrio ao norte e três núcleos de distribuição que atendem aos apartamentos. Ao incorporar terraços no telhado nos dois primeiros andares, foram criados amplos jardins na cobertura, oferecendo espaços ao ar livre para os moradores e trabalhadores de escritórios desfrutarem.
Nos andares 8 e 9, varandas fechadas suavizam a verticalidade da estrutura. Além de uma seção compartilhada designada para uso condominial, esses terraços são destinados ao uso privado e especificamente reservados para os apartamentos maiores nos andares inferiores. A expansão progressiva do volume do prédio à medida que sobe também permite que cada andar tenha uma planta distinta. Assim, uma variedade de tamanhos e tipos de apartamentos é possível, com unidades maiores situadas nos andares mais altos. A inclusão de plantas e paisagismo é um aspecto fundamental do projeto, integrado de forma harmoniosa com as aberturas ao longo das bordas do edifício. A incorporação de áreas verdes dá um toque doméstico e permite vistas panorâmicas.
A fase inicial do processo de projeto priorizou considerações ambientais, aproveitando ao máximo os recursos naturais disponíveis na área circundante. As estratégias propostas visam melhorar a conexão entre os ambientes internos e externos, proporcionando conforto para todos os visitantes. O projeto visa minimizar o impacto ambiental e reduzir a dependência de sistemas ativos por meio da implementação de uma série de medidas passivas. Essas medidas incluem o aumento da permeabilidade ao vento, a maximização da luz natural, a implementação da captação de água da chuva e a geração de energia renovável no local. Durante o verão, as superfícies transparentes são devidamente protegidas para minimizar a luz solar direta e reduzir a necessidade de sistemas de refrigeração ativos, dependendo em vez disso da ventilação natural dos ambientes. Para complementar, um “envelope” de alto desempenho foi projetado para minimizar a perda de calor e maximizar a eficiência. Além disso, uma parte da energia necessária para operar os sistemas ativos é gerada no local através da instalação de um sistema fotovoltaico no telhado.
Em março, a Mario Cucinella Architects iniciou a construção de duas torres de uso misto que moldarão o horizonte de Viena. Os novos empreendimentos urbanos dinâmicos têm espaços residenciais e de escritório. Além disso, o estúdio projetou o Edifício Ekspozita em Tirana, na Albânia, que tem espaços comerciais, residenciais e de amenidades públicas. No ano passado, durante a Semana de Design de Milão, a DAAily Platforms entrevistou Mario Cucinella sobre seu trabalho recente e projetos. Na entrevista, Cucinella falou sobre seu trabalho “Design with Nature”, que reuniu 20 materiais inovadores feitos de recursos naturais com potencial para serem utilizados na construção.
